domingo, 8 de abril de 2018

Bem Vindos ao Trovadorismo Galego-Português





Trovadorismo galego-português: 


Um panorama geral:

O trovadorismo é considerado a primeira manifestação literária portuguesa, que ocorreu no século XI, durante a Idade Média. A primeira cantiga que se tem conhecimento é a "Cantiga da Ribeirinha", concebida em 1189, de autoria de Paio Soares de Taveirós, que é um nome de destaque desse movimento literário ao lado de Dom Duarte, Dom Dinis, entre outros. 
Para ser considerado um trovador a pessoa deveria ser culta, ter origem nobre, ter participação ativa na corte e ser favorecido por um nobre de grande influência. Partindo disso, os trovadores compunham e cantavam acompanhados de instrumentos musicais. As cantigas manuscritas eram condensadas em livros que ficaram conhecidos como "Cancioneiros", sendo eles três: "Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa", Cancioneiro da Ajuda" e "Cancioneiro da Vaticana". 
As cantigas produzidas pelos trovadores eram divididas em gênero satírico (que compõe as cantigas de escárnio e maldizer) e em gênero lírico (cantigas de amor e de amigo).

As cantigas de maldizer reuniam invectivas diretas contra alguém, podendo chegar num ponto de agressão verbal e uso de palavras de baixo calão. O nome da pessoa que sofria a invectiva normalmente era explicitado, sendo essa uma diferença em comparação com as cantigas de escárnio, pois nessas o nome da pessoa atacada era omitido, ou seja, as sátiras se davam de forma indireta e os trovadores desenvolviam o duplo sentido nos seus discursos. 
As cantigas de amor tinham como foco o amor não-correspondido dado por um eu-lírico masculino, onde o trovador se colocava numa posição inferior ao destacar as qualidades da mulher amada, reproduzindo o sistema hierárquico feudal: o trovador seria o vassalo da mulher amada e esperava receber benefícios em troca de seus "serviços" (as trovas). 
Por fim, as cantigas de amigo se parecem muito com as cantigas de amor em relação ao conteúdo: elas também diziam respeito ao amor não-correspondido, mas nesse caso o eu-lírico é feminino (embora os escritores fossem homens. A palavra "amigo" corresponde a "namorado". Esse eu-lírico feminino, portanto, cantava as tristezas pela falta do homem amado.

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